30 de dez. de 2011
Fugitivo
6 de dez. de 2011
capitão
o capitão nem imaginava chegar tão longe.
ele, navegante de tantos horizontes,
conquistando o que nunca imaginara.
o que dizer pra sua tripulação?
o que faria o capitão
com esse inesperado na cara.
pôde cruzar tantos mares
presenciar milagres
sem alterar o semblante
frio, calculoso e aguerrido
venceu qualquer perigo
e agora não podia seguir adiante
o capitão e o coração na mão
os olhos fixos e a reação no chão
como um joão qualquer
à frente, não mais ordens e leme
capitão venceu tudo que um homem teme
mas se rendeu ao amor de uma mulher.
29 de nov. de 2011
pleno
22 de nov. de 2011
Corpo e alma
21 de nov. de 2011
uma só
uma só que não trouxesse só lágrimas
e dor.
uma só que fosse só sorriso
ou abraço,
carinho.
uma só que não fosse só minha,
mas que fosse sempre
bem vinda.
só uma, coração.
verdade,
solução.
Pela Calma
4 de nov. de 2011
singular
30 de out. de 2011
Veneno
26 de out. de 2011
Quem Sabe
a milésima lamentação nostálgica
vidro embaçado
mesmo carregando
no peito
e no vidro do meu carro
seu nome gravado
ainda paro de lembrar
daquelas madrugadas
das boas risadas
até o fim raiar
ainda chego lá
e te olho com desprezo
e te mando um torpedo
capaz de te afundar
mas te trago de volta
fica tranquila
vontade de vida
ainda me sobra
a decisão certa
virei as costas
fui embora
não senti suas mãos
nem sua voz
me pedindo pra ficar
nenhuma ligação
sua, dizendo só
pra eu voltar
nada
nem um pedidozinho
nada
caminhar sozinho
que nada
doeu, mas curou
se não me procurou
não sentiu minha falta
se não te dói a alma
eu tava mais que certo
quando saí de perto
eu, trinta latas de cerveja e a ausência
como se nunca tivesse chegado
como quem nada tem ao lado
foi-se doce
sem espírito pesado
só rindo-se, pecado
foi-se
restam-me as coisas
fios de cabelo no paletó
as camisas sujas de suor
restam-me coisas
o que tenho ou penso ter
tenho coisas. não tenho você
resta me
25 de out. de 2011
musa
a música e a letra
em plena terça-feira
você me encanta
não me estranha
te pago uma cerveja
e te pego na mesa
comigo você dança
me dança, me transa
me traga, me beija
te quero inteira
morena, me ama
21 de out. de 2011
Não serve
17 de out. de 2011
fevereiridades
é perna
é (quase) tudo carinho
é língua, saliva
lábios se abrindo
é alma entregue
é boca em suspiro
é putaria sútil
ao pé do ouvido
é peito, é suor
é pele, é espírito
são detalhes pequenos,
e como são
detalhes que formam
todo esse tesão
12 de out. de 2011
aspas
Nos primeiros raios da manhã
Eu caminho beira-rio
Na esperança que o espelho d'água
Traga ocê de volta
Por aqui tudo sente sua falta
Dia desses eu te vi na curva do rio
Te ouvi na sinfonia
Que escancara as portas do dia
Brincou no céu, voou
No bater de asas fogo-pagô
É um bater de asas essa vida
É um sopro
É caminho de ida
Um rio que segue sempre adiante
Eu sigo seu cheiro pelos campos
Feito gado seguindo o berrante
Não tem jeito
De tudo eu tenho feito
A saudade é um arco-íris
Que brota nos seus olhos
E deságua no meu peito
2 de out. de 2011
mal e cura
nessa hora que quase pára
nesse ciclo de pensamentos que me consome
é assim mesmo
uma porrada de poesias depois
a gente (acha que) aprende
esse vírus-bactéria-problemagenético
que destrói meu estômago ânimo
vistas humor sono
vem de longe bem longe
o que tá mais que na cara
é que eu preciso me curar de você
28 de set. de 2011
(im)paciência
os carros passam lá fora.
sirenes, buzinas.
o vento teima em bater na janela.
você teima em permanecer na minha cabeça.
sete horas.
o celular não toca.
meu coração não decide em que ritmo pulsa.
fraco, forte, fraco, fortíssimo.
o chão frio me convida.
aquele disco acústico do Lobão também.
sete horas.
os pensamentos ruins voltam.
a geladeira vazia.
meu cérebro em overdrive.
tontura, euforia, melancolia,
lá, mi, ré, lá, sol,
alguém deveria acender a luz desse quarto.
alguém poderia entrar nesse quarto.
eu tenho que parar com isso.
mas pensando bem.
sete e um.
26 de set. de 2011
odiável sinceridade
meus poemas sinceros são bem sem sal
e o meu lado romântico é vaidoso demais
bem, você deve saber também
que contigo é difícil ter paz
mas, longe de ti é ainda mais
difícil, difícil
feito fingir que não sinto sua falta
e manter essa pose calma
sem transparecer o desespero que ferve em cada poro do meu corpo, gritando, esperneando, reclamando cada segundo da tua ausência.
eu falo tanto..."eu sou inabalável"
só não digo adeus
mas isso soa até engraçado
bem, eu sei que você sabe que os meus versos sempre serão seus.
25 de set. de 2011
23 de set. de 2011
Solução
20 de set. de 2011
bom, ruim
é que não há boca que se encaixe
tão bem na minha boca
nem suspiro que soe tão bem
quanto o dela soa
nem braços tão finos
nem pés, nem umbigo,
pernas, mamilos
tão convidativos
tão sempre
tão nunca
só mais uma
mais duas
me iluda, nua
que és só minha
que és, e és
cínica
mas minha, mais
única
bom, ruim,
um não assim
além, a mim,
o fim, enfim
17 de set. de 2011
Queijo e goiabada
12 de set. de 2011
cabe aqui
sinta-se em casa
faz de mim sua morada
me abusa feito uma criada
cata meus cacos
cola os meus pedaços
abranda alguns estragos
relevamos nossos pecados
e aqueçamo-nos até a chama ter fim
SIM
10 de set. de 2011
palpitação
um alguém qualquer
até você pode ser
se quiser
corra logo, chegue rapidinho
acaba com a palpitação
de um coração
balão
tem exigência não
é só chegar
mostrar
é só
suor
7 de set. de 2011
me belisca
mergulhados nessa cena
e em nós mesmos e
nas suas pernas
entrelaçadas às minhas e
nessa poesia e
no seu corpo quente e
no seu riso fácil e
envolvente
que me deixou admirado
e, deveras, dependente.
5 de set. de 2011
ebulição
sobre nossas costas o mesmo sol
no nosso sangue a mesma força
mesma vontade de sumir daqui
entrecortando a obrigação
curva que nos mantém imóveis.
28 de ago. de 2011
o receio
consome e não acaba
ciúme só se sente
pelo que se ama
ciúme me cega
me inflama
me mata
24 de ago. de 2011
egoísta
eu preciso ser bom pra mim
pensa assim
pra me entregar inteiro
eu preciso estar inteiro
é egoísmo sim, mas
é me importando com o coletivo
que eu to pensando mais no meu
21 de ago. de 2011
velocidade
me causa vertigem
às vezes tão lento
que pega fuligem
outras tão veloz
que me leva à lona
de forma atroz
ensina e assombra
16 de ago. de 2011
risco
à partir da idade
que se corre risco
arrisca-se físico-
emocionalmente
perpetuamente
enquanto esse peito pulsar
detalhes a lidar
água que corre pro mar
não se foge disso
ambienta-te com o risco
e acostuma-te a acompanha-lo.
13 de ago. de 2011
da vizinhança
Foi uma boa surpresa quando o mesmo me mostrou a poesia, gostei bastante e tenho a honra de compartilha-la com vocês aqui:
Recordação do Orvalho
7 de ago. de 2011
os últimos versos
já jurei,
esses vão ser
os últimos versos
que eu dedico a você.
me deixa lembrar,
pela última vez,
vós, nós, à sós.
o que desfez.
senta comigo,
abra um sorriso,
escuta aquela
que era a nossa canção.
não pense que
foi tudo em vão.
e então,
o que restou?
da nossa casa,
do nosso suor?
de que valeu sinceridade?
não vá embora,
diz agora,
umas meias verdades.
não! se quiser, esqueça.
não tenho cabeça
pra entender
você,
pra que?
vai saber.
pensamentos são únicos.
aproveite os versos,
esses são os últimos.
3 de ago. de 2011
musicando
30 de jul. de 2011
Contos de um taxista amador
27 de jul. de 2011
de pé
eterna procura
por algo pra se fazer.
o tédio é um aliado,
instiga a não ficar parado,
o corpo tem que se mexer.
tens respiração,
transpiração,
não em vão.
corra atrás
de caos ou paz.
pulse coração!
24 de jul. de 2011
22 de jul. de 2011
promessa
primeiro: pior que isso eu não vou ficar.
segundo: nunca vou desistir de você. nunca"
18 de jul. de 2011
15 de jul. de 2011
mutante
ter-se-á
que mudar.
e mudança
nunca é muda,
nem cega,
ou surda.
mutabilidade
é habilidade
de pensar sem
ficar parado
sou mutante,
amante,
avante,
alado.
13 de jul. de 2011
campo fértil
brotaram do meu peito
que virou campo fértil
adubado pelo seu suor
suor seu que misturou-se ao meu
feito as suas pernas
que eu já não consigo ver
sem imaginar coladas às minhas
minha pequena fortaleza
rubra chama de inspiração
caminhar até aqui rendeu-me calos
mas você faz cada um deles valer a pena
10 de jul. de 2011
metalinguagem
me acho escritor, já que escrever me vem,
às vezes, como real necessidade.
como um ator, interpretando sentimentos,
como um deus, criando sentimentos,
como espectador, desejando sentimentos.
eu vivo a poesia,
a poesia vive em mim.
4 de jul. de 2011
I like you, Charlie Brown.
Assinado, "Garotinha Ruiva".
1 de jul. de 2011
essa é tua
fique aí parada,
com a cabeça
sobre as almofadas.
sorrindo pra mim,
um sorriso inocente,
provocante,
quase indecente.
cabelos soltos,
inteiramente nua,
agradeço assim,
essa poesia é tua.
das tuas coxas,
da tua boca,
de você como um todo,
além do seu corpo,
da sua alma,
simétrica à minha.
não se mova!
quietinha!
admirar-te-ei
pelo resto da vida,
a todo momento,
todo e este, querida,
enquanto eu puder
manter-me em pé,
gêmea alma minha,
admirar-te-ei.
nunca serei rei,
mas serás sempre rainha.
28 de jun. de 2011
tanto passou
que isso é verdade
que é realidade
e não sonho
deixa-me tonto
embriagado de sentir
você de novo aqui
não era sem tempo
já me sentia
como Clapton dizendo
"i can feel your body"
velho amor,
tanto passou
mas ainda sei dizer,
quero tanto você.
24 de jun. de 2011
um mal lugar pra se estar
irritante e enlouquecedor,
estar no inferno
é estar contigo, amor.
o preço é caro
mas, gostoso de pagar,
o inferno não é
um mal lugar pra se estar.
(inspirado em "hell ain't a bad place to be" do AC/DC)
21 de jun. de 2011
emudeça-te
poupe-a dessa confusão
diz que eu fugi,
que fui embora
diz que eu parti
e já era hora,
já era tarde
pra qualquer parte
de um caso acabado.
esquece que eu fui
com o peito apertado.
18 de jun. de 2011
acredita?
se não sabe, eu digo, meu bem
essa distância me deixa sem
cor, sem luz, sem vida.
acredita?
eu preciso de você sempre perto
preciso de você, é certo
preciso muito
meu dengo ruivo
saudade em pouco tempo
me ensinou, doendo
que esse lugar bem aqui,
nesse vazio
coração vadio
só esperava, reservado pra ti.
14 de jun. de 2011
passeio espacial
Regulus, Aldebarã,
qualquer galáxia anã,
escuridão desconhecida,
estrelas de luz esvaecida,
astros e constelações
brilhando aos milhões,
tudo tão distante de nós.
será mesmo que estamos a sós?
será que já recebemos visitas?
pois se sondas são lançadas
não poderiam ser recebidas?
será que nessa imensidão,
nessa infinita escuridão,
há alguém que pense com clareza?
se houver, por favor, com delicadeza,
desça aqui pra me ajudar,
abduza-me,
carregue-me
e só deixe-me,
num distante lugar,
sem dores,
horrores,
senhores
com fome de poder.
saia de trás da lua,
desça aqui pra rua,
vem bater um papo, seu ET.
12 de jun. de 2011
pra mim
a me manter despreocupado
deixar essa maré de lado
e ir de encontro à paz
sei que sou capaz
só não sei como fazer
pra largar tudo e esquecer
do que atinge a todos
me sinto um tolo
mas é assim mesmo
vou rastelar o terreiro
e comprar uns espelhos
pra olhar mais pra mim
"my dreams they aren't as empty,
as my conscience seems to be."
7 de jun. de 2011
pelas linhas
meu instrumento de batalha,
minha alma,
meu sangue,
meu peito,
só passeio com liberdade
pelas linhas do que escrevo.
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."
5 de jun. de 2011
caminho
só eu e o caminho.
não tenha dó,
o céu azul não me deixa sozinho.
me faz companhia muda,
até cega, mas não surda.
é companhia só de ouvido.
de ouvidos, atentos
e muito bem vividos.
31 de mai. de 2011
força e jeito
dentro de você
o meu no teu prazer
de olhos fechados
minha mão no teu
dorso nu e suado
sacio a tua fome
de um homem
que te pega e te come
com força e com jeito
esqueço os teus defeitos
e te rasgo no meio
te largo na cama
com um sorriso na cara
e ainda lhe faço o mimo
dessa rima barata
26 de mai. de 2011
alívio
levantei e abri
os olhos pro sol da manhã,
como uma ave com
o peito ao vento.
livre, leve e sã.
quando fechei
os olhos e pude
usar de novo a imaginação,
eu me tornei alívio,
tamanha saudade
dessa sensação.
acordei tarde,
sono foi bom.
sonhos como sons
ritmados.
eu acordei renovado,
com um bom por quê.
estou bem mais leve
sem o peso que é você.
21 de mai. de 2011
todas as minhas cores
meu celular toca
Fernando, à cobrar
meia hora em casa
desperta buzina brava
Zé, pra combinar
aula sem graça e gosto
uma gelada no posto
pro stress ir embora
qualquer bar ou boteco
papo errado ou certo,
bons amigos não tem hora.
14 de mai. de 2011
breu
cada estrela aparecer.
sem sentir o frio
que o vento teima em trazer.
a noite que me rodeia
era, e é, minha companheira.
noite que chega calada,
bandida parceria passageira.
breu que as lágrimas esconde,
que eu enxugo, que caem,
que rolam e trazem,
o que está sempre tão distante.
falta de algo que faça falta.
8 de mai. de 2011
exposto
até o osso.
invariavelmente
desprotegido.
esse cupido,
meio demente,
irresponsável,
tonto, afobado
tem me deixado
intercalável,
bem, mal, mal, bem.
corro perigo,
o que há comigo
vai bem além
desse cupido vadio,
é coisa mais forte.
é muito azar, ou sorte,
que esse coração vazio
tenha encontrado
outro do mesmo tamanho.
de olhos castanhos,
um metro e sessenta e quatro
intrigantíssimos,
que sinceramente,
independem
de míseros
maus-tratos.
o que ela faz
meu rapaz,
eu te falo,
não precisa ser flechado
pra ficar apaixonado.
3 de mai. de 2011
mas não ela
ela não,
sem exigência,
só excessão.
qualquer uma,
menos ela.
sem frescura,
mas não ela.
não ela.
antes só
eu e eu
que meu
juízo sem sela.
ela não.
todas são,
alguma sim,
mas não ela.
30 de abr. de 2011
Guerras
Morreu Aquiles. O da mitologia com uma flechada no calcanhar. O da vida real com seis tiros, sob a noite e a chuva fria. O de Homero virou herói, virou filme. O do século XXI ganhou nem linha no jornal, virou só um número na estatística que impressiona. O da ficção venceu Tróia, vive nas histórias até hoje. O de carne e osso nem chegou aos dezoito anos, sem sossego, descanso só sobre o chão pesado. Viveu Aquiles. A guerra grega. A guerra brasileira.
Em memória de Aquiles Soares, assassinado na noite de 26/04/2011.
24 de abr. de 2011
facilidade
É tão mais fácil apoiar quem está bem. Até por que pra ajudar alguém que está por baixo, você tem que se abaixar também. É muito mais difícil - e digno- apoiar quem está mal. Mas, e daí? Quem está mal se afasta de todos, e todos se afastam de quem está mal. Um círculo. Quem vai querer compartilhar as tristezas de uma pessoa em depressão? Existem remédios, existem médicos. É muito fácil: não compreender, medicar e pegar de volta bonzinho. Fácil demais. Lidar com a angústia, a tristeza, as lembranças, as inconformações, isso sim é difícil, mas quem tem isso que se vire, que pague por ajuda, não é obrigação de ninguém gastar sua atenção e sua paciência com uma pessoa infeliz, "quando ele melhorar a gente toma uma cervejinha juntos".
21 de abr. de 2011
estradar
só paira poeira no rosto.
do asfalto, o som e o fogo.
dessa estrada que eu sou,
não se leva mais que poeira,
nada vai além da incerteza,
do ontem que é hoje,
que somos.
17 de abr. de 2011
quatro
são só horas
sem demora
tempestade
além vista
na cabeça
devaneia
indecisa
trovoada
vento forte
não há sorte
quando passa?
não passa não
infinita
me limita
o coração
12 de abr. de 2011
Metade
à quem representa tanto e, hoje, talvez ainda se lembre de mim.
magrinha
minha pe
quenininha
mole no calor
do meu braço
abraço
me furta
abusa
cheiro de uva
mão pele
boca leve
adere
magrinha
pedaço d'alma minha
quase nada
e tudo
enjoada
me iludo
me mata