29 de mai. de 2012

mais que normal


de joelhos
olhos vermelhos
desespero latente
martelando minha cabeça
enquanto a serpente
oferece mais franqueza


comi provei
falei 
tudo que senti
caí
e aprendi
a lição já aprendida
humano limitado
estupidez infinita

21 de mai. de 2012

o beijo do marciano



naquela noite quente um brilho surgiu
do céu, quebrando a rotina
daquela moça que se via tão vazia

a nave brilhante pousou e de lá saiu
um grande ser de um púrpura bonito
acelerando aquele coração frio

apresentou-se o marciano, eu vim de longe,
terráqueo, ensina-me tua forma de amar,
mas a moça mal conseguia respirar

acalmou-a o marciano, não te afobes,
meu interesse é na tua forma de poder,
como amam aqui? como têm prazer?

e veio uma longa e profunda inspiração
até ela chegar ao beijo do marciano.
e o amou como não amou nenhum humano.

descobriu naquela noite, a moça,
que desse universo a maior força
é o amor que brota de um coração.

8 de mai. de 2012

sobre o amor guardado



quando te afastas, lhe contemplo
e quando estás fora de minha vista,
lhe contemplo também, pois
da tua natureza vem minha inspiração.

vem do teu andar paciente,
feito astro preguiçoso cortando o céu,
dos fios de cabelo que te caem ao rosto,
de onde tira-os, só pra caírem de novo.

e, deixo assim, guardado no ‘bom-dia’,
num ou noutro ‘tudo bem’. tudo bem.
deixa assim tudo livre.

pra que voe, e pouse só quando tudo
estiver muito bem seguro,
só quando houver chão firme.

1 de mai. de 2012

O grande vazio


Nas fotos espontâneas, nas poesias românticas,
de repente abriu-se um grande vazio.
À vista, algo parece ter sumido.
Nos sorrisos, rimas, gestos,
nota-se sempre ausência.
Certa incerteza, inidentificável.
Falta algo no que aquelas figuras transmitem.
Falta presença, falta tanto de todo mundo,
menos vazio. Esse preenche tudo.