30 de dez. de 2011

Fugitivo




Duas horas de uma madrugada qualquer. Nos fones de ouvido, Phil Anselmo berrava. O quarto, totalmente escuro, era preenchido por um vazio desesperador. As lembranças vinham, uma a uma, feito flechas, prontas pra ferir, mas ele se esquivava. ‘Fugia’ é a palavra mais certa. O medo daquelas flechas era tão grande que ele podia correr mais rápido do que elas voavam. Se escondia atrás de doses de conhaque, embaixo das últimas noites, que nem pareceram tão ruins. O peito batia rápido, as flechas passavam muito perto, os esconderijos o deixavam muito exposto, as pernas davam sinal de cansaço.
Se levanta, um remedinho vai lhe acalmar, mas, cuidado, garoto! Não distraia-se tão fácil... DOR.
Uma flecha bem no meio do peito. Fatal.

6 de dez. de 2011

capitão


o capitão nem imaginava chegar tão longe.
ele, navegante de tantos horizontes,
conquistando o que nunca imaginara.


o que dizer pra sua tripulação?
o que faria o capitão
com esse inesperado na cara.


pôde cruzar tantos mares
presenciar milagres
sem alterar o semblante


frio, calculoso e aguerrido
venceu qualquer perigo
e agora não podia seguir adiante


o capitão e o coração na mão
os olhos fixos e a reação no chão
como um joão qualquer


à frente, não mais ordens e leme
capitão venceu tudo que um homem teme
mas se rendeu ao amor de uma mulher.