31 de jul. de 2014

Não-correspondência

Eu conheci Nathália numa noite muito fria. Odeio noites assim pelo simples fato de que blusas de frio me deixam desconfortável. Mas Nathália me deixou muito mais desconfortável do que qualquer agasalho ou coisa do tipo. Ela me olhava e falava com tanta segurança que eu me sentia intimidado. Eu adorava o movimento que a boca dela fazia quando ela falava, então me limitei a fazer perguntas idiotas só pra olhar pra ela falando. Ela não ficou muito tempo do meu lado, por que, obviamente, devia estar me achando meio idiota.

Mas acontece que, surpreendentemente, as coisas funcionaram bem pra mim, e depois de algumas horas, consegui me aproximar dela. Ela, cabelos castanhos, pele clara e um par de olhos verdes que, não importava quando ou como, sempre que passavam por mim derretiam o meu ar frio e calculista. Veio uma conversa curta, que da vista da minha insegurança e nervosismo, foi um longo debate. Nós dançamos, toquei sua pele, cheirei seu cabelo, mordi sua orelha. Mas não a beijei. Foi muito bom, mas não deixou de ser decepcionante.

Como acontece depois de toda decepção, eu deveria estar triste e derrotado. Mas não. Parece que o dia amanheceu mais colorido. Me veio finalmente a motivação pra realizar os projetos que há tanto planejava. Até consegui acordar pra aula de 7 horas. 

A verdade é que o amor que faz bem é o amor platônico. Aquele que a gente tem que alcançar, e por isso acorda mais cedo pra ser bem sucedido e impressionar uma determinada pessoa.

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