5 de jan. de 2012

Coragem



           Vinte comprimidos na mão esquerda, um copo d’água na mão direita - Se fosse vodca, essa história não seria contada em primeira pessoa.
           Foi com toda a coragem do mundo. Tomei em dois goles, com o gosto salgado das lágrimas que encharcavam minha cara passando pelos meus lábios.
           Deitei com a carta de despedida na mão, pra esperar a morte vir me buscar. Mas ela me levou só por vinte e quatro horas.
           Me devolveu inteiro, na tarde de uma terça feira, com vida, desapontamento, e uma nova chance.
           Suicidas são muito fortes. 
           Não é fácil puxar um gatilho ou engolir uma porrada de comprimidos, ligar o foda-se e ir embora dessa merda de mundo.
           Meu suicídio foi frustrado. Não sei o que foi capaz de evitar que tamanha carga de clonazepam não explodisse meu coração. 
           Não me arrependo. 
           Não faria de novo.
           Suicidas são muito fracos. 
           Ir embora só fere quem realmente se importa com você. Os seus problemas morrem contigo, mas, uma vida com problemas ainda é uma vida. Feito uma puta gostosa, gostosa, mas cara, com tempo limitado e que só dá com camisinha.
         
           Não vale a pena morrer.

5 comentários:

  1. Eu te amo, se não me faça isso denovo.

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  2. Eu te amo, não me faça isso denovo. [2]

    Apesar de ter sido uma cópia, é sincero.

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  3. Da sua moreninha da Bahia25 de janeiro de 2012 às 12:55

    Você é lindo, Lê. E muito presente na minha vida, querendo ou não sempre compartilhando momentos comigo, e te amo!

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